terça-feira, 8 de maio de 2018

Quando até a diversão vira estresse


A maior ferramenta de combate à procrastinação é justamente algo muito trivial: o prazo. Para muitos de nós, é tão comum enquadrarmos tarefas dentro de unidades de tempo que, sem um deadline para temer, simplesmente não conseguimos trabalhar. Blog diário, revista mensal, salário semanal, precisamos de uma referência, de um limite.

Ainda assim, a procrastinação surge como uma espécie de luta entre o tempo psicológico estabelecido pelos nossos desejos e o social, marcado pelo relógio. Muitos de nós evitamos ao máximo uma tarefa porque a consideramos chata, sem sentido ou no mínimo desconectada dos nossos interesses pessoais.

Assim, deixamos tudo para amanhã, nos entretendo com algo que cause alívio, mesmo que temporário. Ou no mínimo que tenha um efeito “sedativo”, que ajude a esquecer dos problemas. E, é claro, onde há sedativos, há gente querendo ganhar dinheiro.


O paraíso da procrastinação


Hoje convivemos com aquela que provavelmente é a maior ferramenta de procrastinação da história da humanidade: a internet. Ela nos dá acesso imediato à já tradicionalmente poderosa indústria do entretenimento. E o melhor: a custo praticamente zero.

Mais ainda: a cada segundo somos chamados a compartilhar nossas experiências mais íntimas. O que pode ser muito sedutor. No meio do trabalho - muitas vezes considerado impessoal e limitador - , à distância de um clique, temos todo um universo no qual podemos expandir nossos egos, criando personagens, dando opiniões, recebendo feedbacks e formando comunidades.

É nesse ambiente que surgem os instant messenger, redes sociais (como o facebook), YouTube, blogs, Twitter e muitas outras ferramentas. Tanto que hoje um dos itens mais valorizados na hora de vender publicidade on-line é o chamado time spent. Ou seja: quanto tempo as pessoas gastam num site. E, na web, não é fácil captar e manter a atenção. Segundo pesquisas realizadas nos EUA, o tempo médio que alguém leva para decidir ficar ou não num site é de apenas 4 segundos. Saiba Mais

A quantidade de informação já é tão grande, são tantas contas, logins, senhas e endereços de acesso que hoje há quem procrastine até para acessar a internet. Por isso surgem projetos como o Open Social, do Google, Data Portability, Microformatos e os serviços de life stream, como o Friend Feed, que tentam juntar todos esses dados espalhados pela rede. A ideia é simplificar, concentrar todas as suas atividades on-line em poucas ferramentas, que possam ser facilmente acessadas num só lugar. Diversão sem estresse.

0 comentários:

Postar um comentário